O pior é que eu sou um tanto quanto feliz (...)

Sofro de amor antecipado, de atração que eu penso ser paixão. O cara mal me convidou para ver um filme na casa dele eu já estou planejando como vai ser nossa comemoração de um mês de namoro. Ando tão intensa, tão esplendida, me sentindo tão bonita que até acredito que sou. Do nada me aparecem uns três caras bonitos e bons de papo me convidando para sair, e eu me pergunto o motivo disso. Não sou a pessoa da embalagem mais bonita, eles poderiam ter quem queriam nas mãos, mas escolheram-me sem me dizer ao menos o motivo. Eu é que não vou perguntar, isso só me deixa com um belo sorriso no rosto. Mas com uma dor no coração, eles só querem diversão, mas eu quero algo a mais. Quero esquentar o coração. Mas me contento em apenas dizer que um tempo com algum deles eu pude ter. Que por três horas que fossem, ele só tinha a minha pessoa em pensamentos e braços seus. E sei também que eu tenho que aproveitar a vida e viver ela intensamente, sem olhar para trás. E que meu ano está acabando de um jeito que eu quero que continue, comigo de bem com a vida e com o que eu vejo no espelho. Com meus amigos que suprem qualquer carência de um namorado, com as sociais na casa de amigos que me deixam felizes e que os problemas vem e vão rapidamente. Pois eu sou intensa, sofro e sou feliz demais, me doou demais mesmo que a pessoa se doe de menos. E eu sou assim e o pior é que eu sou um tanto quanto feliz, acredita?

Eu realmente achei que você não fosse igual aos outros, mas era mera ilusão.
Nunca foi falta de tempo, era falta de vontade não é?!

Mas o que mais me irritou em você, foi sua capacidade de ser igual aos outros, quando alegava não ser.
Você fala para ela tudo o que fala para mim, eu nem ao menos gosto de você, não deveria me preocupar tanto assim, eu sei, mas eu não suporto esse tipo de falsidade.
Cadê aquele sentimento que pairava entre nós?!
Foi tudo mentira? cada palavrinha, cada sussurro, cada abraço, foi tudo em vão?!
Foi, não foi?
E eu pensando que você não era igual aos outros.
Eu me martirizo agora, me xingo mentalmente e me condeno.
Como pude ser tão tola e não perceber, estava escrito na sua cara de bom moço, que nem mesmo você presta nesse mundo de tolos.
Nem mesmo você.

E durante todos esses anos acho que eu nunca disse literalmente que eu amo nossa amizade, não é?!
Acho que nunca deixei bem claro, que apesar das brigas, eu sempre estarei do seu lado, tanto para limpar suas lágrimas, quanto para comemorar algo.
Eu estarei com você nos bons e maus momentos.
Eu serei a amiga implicante, boba, fresca e reconfortante.
Eu serei a que acha que sabe tudo e não sabe nada, a inocente que fala besteira e fala alto.
Mas eu sempre estarei ali para lhe estender a mão.
Eu vou ser a sua S ou a sua B (já que mudamos casualmente a todo momento de posição), e  nossa amizade é como a da Blair e da Serena, tirando que eu nunca vou roubar seu namorado, mas apesar das brigas eu sempre estarei aqui.
Eu não sou boa em escrever sobre amizade e muito menos em demonstrar meus sentimentos para minhas amigas, mas eu só espero realmente, que você saiba que eu vou sempre estar aqui.
Até quando eu não poder, até quando eu morrer.
E vamos sempre superar corações partidos, falar mal dos ex-namorados e das pessoas do mundo inteiro.
Vamos lembrar dos momentos ruins e dos bons e dar risadas, vamos fazer outra lista negra e por apelidos na metade das pessoas de tal lugar, vamos ser inseparáveis, pois a vida nos fez assim.
Ela nos colocou uma no caminho da outra naquele ano e assim será pelo resto de nossas vidas.
Lembre-se: Eu vou sempre estar aqui para lhe dar um abraço e secar suas lágrimas, para te chamar de idiota e estúpida quando necessário, para te ensinar a dar um belo fora no namorado e lhe dar coragem para tal ato.
Eu sempre estarei aqui, espero que você sempre esteja para mim, também.

E finalmente eu parei de achar o mundo todo um tanto quanto idiota.
Já que eu também sou um pouco tanto que idiota.
Eu estou até rindo junto das pessoas que estão rindo de mim.
Minha cabeça não pesa mais e até meu sorriso está aparecendo com mais frequência.
Até criei juízo! Ou talvez eu só ache isso.
Meu coração não dói mais, pois eu encontrei o verdadeiro amor.
E ele tem nome, sabe?!
O nome é "Amor próprio", e agora eu acredito mais em mim, e não preciso que me falem que eu sou bonita, que eu sou legal, interessante ou inteligente.
Porque eu sei que eu sou tudo o que há de melhor no mundo, como todas as pessoas
são para si mesmas.
Eu não ligo mais para os que entram na minha vida e depois saem, afinal quem está perdendo são eles.
Pobre tolos iludidos, achando que eu sentirei falta.
Eu não sinto falta nem da minha "velha eu" quem dirá de um ser facilmente
substituível.
Podem dizer que eu tenho o coração de pedra, que eu sou fria e maldosa.
Eu não dou a miníma! A vida me fez assim.
E mesmo sendo tão fria eu aprendi a amar o mundo e a vida da maneira que ela é.

Eu queria você aqui de novo,

Pedindo-me duzentas vezes um copo d'água,

Errando meu nome,

Levantando de noite e querendo ir embora,

Ameaçando bater no mundo todo,

Fazendo gracinha,

Ou como nos velhos tempos,

Cantando alguma musiquinha,

Olhando o movimento no portão,

Indo ao banco comigo,

Ao mercado e me enchendo de doces,

Sinto falta dos seus mimos,

Do seu abraço,

Do seu colo,

De ver todos os dias os seus cabelos brancos,

Sua pele enrugada e sensível,

De lhe dizer "feliz aniversário" e cinco minutos depois ter

Que dizer de novo, já que você  esqueceu.

Eu queria você aqui de novo, para ouvir o som da sua voz,

Ajudar-te em alguma coisa,

Em brigar com você um pouquinho e depois rir disso,

Eu queria você aqui de novo, queria que você fosse eterno,

Mas não é.

Você se foi e levou consigo um pedaço de mim.

E eu fiquei aqui com todas essas lembranças, desde criança até o seu último dia aqui.

E meu amor por você continuará da mesma maneira, esperando que um dia eu te reveja.

E foi tudo culpa do destino e eu que achava o destino tão cruel.
Dessa vez ele me trouxe você, assim do nada, sem ao menos avisar.
E eu só tenho a agradecer.
Eu não planejei isso tudo, como nunca planejei nada relacionado a nós dois.
E será que existe mesmo isso de "nós dois"?!
Eu tenho tanto medo da resposta que nem ao menos quero saber qual é.
E você chegou falando manso com aquela sua voz rouca, sobre um assunto qualquer e depois foi me levando, conquistando, transformando.
E minhas palavras doces foram criando um novo tom.
E depois que conheci mais a fundo você, que suas mãos tocaram nas minhas, que eu senti o calor do teu abraço e o gosto do teu beijo, algo começou a nascer dentro de mim, um sentimento estranho e um pouco bobo e eu realmente não sei se você deve saber de tudo isso, pois eu tenho medo.
Medo que você se vá, como todos os outros se foram.

Você me confunde com suas palavras, gestos e atitudes.
Me deixa imensamente feliz, mas triste na mesma porcentagem.
E meu Deus, eu gosto disso! E como eu gosto.
Só que enquanto você tem quinhentos sorrisos por aí, bocas para beijar e corações para iludir, eu fico aqui sentada analisando tudo em minha volta, ignorando qualquer ser do sexo oposto que queira me dar amor, me dar carinho, porque eu queria mesmo era o seu amor e o seu carinho.
Mas querer não é poder, é óbvio que com tanta opção no mercado, com tanta gente na fila de espera, você não iria me escolher, não.
Porque todos vocês são iguais, não adianta negar.
Enquanto você estava ali comigo, a outra estava pensando em você.
A outra, aquela que lhe tem do lado dela sempre, ao contrário de mim.
E agora que você está aí do lado dela, quem está pensando em você sou eu.
Mas de nada adianta, pensar e te querer.
Porque com tanta opção no mercado, por que você iria me escolher?!

Hoje mesmo, um amigo meu chegou perto de mim, reclamando:
"Mulher gosta mesmo é de cara cafajeste, não gosta de cara romântico."
E eu como ouvinte mulher não podia ficar calada, tratei logo de responder:
"Meu filho, mulher gosta de 'cara' romântico, mas romântico na medida certa.
A gente gosta de carinho, de alguém pra compreender.
Mas quando tem certeza demais, perde a graça.
Nós gostamos de conquistar, de ser conquistadas.
A gente quer que você diga não, quando quiser dizer não,
mas também que diga sim as vezes.
Nós queremos atenção, beijo de bom dia, mas também queremos
que você fale o que sente ou que discuta um pouquinho, se faça de difícil.
Nós gostamos de caras românticos, mas nada meloso demais.
Então meu filho, saiba lidar conosco.
Como vocês homens não gostam de "mimimi" nós também não somos obrigadas a gostar
toda hora. Então aprende antes de sair julgando, pois no mundo existem
essas mulheres cheias de carência que amam esse mimimi, então não reclame.
Apenas saiba escolher, saiba diferenciar a mulher para um dia só da mulher para a vida toda."

O sangue que escorria por entre minhas veias, fervia.
Meu coração era esmagado, meu sorriso se perdeu em algum espaço.
Lágrimas escorriam por entre meus olhos, seguindo até meus lábios, minha boca.
O gosto salgado servia apenas para amargar mais minha vida. Minha situação.
O dia mesmo ensolarado, na minha visão era tão cinza
E mais uma vez, preferi meus lençóis de seda à grama verde lá fora.
E mais uma vez preferi a companhia dos meus livros e seus personagens imaginários, ao invés de pessoas de carne e osso.
Me isolei do mundo, por achar o mundo muito idiota.
Me isolei do mundo, por me achar idiota para o mundo.
Me isolei do mundo, para quem sabe suportar minha tristeza, esquecer essa minha dor.
Me isolei do mundo, me isolei de tudo.

E quando eu penso que vai dar tudo certo, você vai lá e deixa tudo errado.
E quando eu penso que consegui amolecer um pouco esse seu coração de pedra, você vai lá e o deixa ainda mais impenetrável.
E mesmo com meu coração doendo, eu tento, eu não desisto.
Só persisto, só persisto.
Um dia eu vou ter você para mim, vou sim.

E lembro-me de que eu queria forçar uma conversa boa, uma conversa boba.
Mas não foi preciso, o destino foi decisivo.
Ele fez isso por mim.
E eu achei o destino tão doce, esse destino que nos uniu.

E quando você encontrar a pessoa certa, ela não vai estar disponível.
Porque não vai ser tão fácil assim, afinal você já a encontrou.
É chegada a vez de lutar por ela, pelo amor dela.
Nada caí do céu, muito menos amor correspondido.
Se você já passou da primeira fase e teve a sorte de encontrá-la lute por ela.
Mostre que você é o xeque-mate da vida dela.
Mostre que você é a pessoa certa dela e ela é a sua pessoa certa.
Mostre que vocês podem ser uma só pessoa.
Mas nada é fácil meu bem, principalmente o amor.
Então vá com calma, devagarzinho, vá conquistando espaço, conquistando amor.
E se tiver dor, não desista.
Persista.
Ainda mais se ela é a pessoa certa.
Mas e se não existir pessoa certa?
Ah, arquiva tudo isso como experiência.

Teus lindos olhos castanhos roubam toda a minha atenção.
É como se nada mais estivesse naquele lugar.
É ao mesmo tempo tão clichê e tão real.
Chega a ser triste.
Teus lindos olhos castanhos jamais irão brilhar por mim.
Vão passar desviando,querendo fugir.
Já que meus olhos também castanhos, transbordam sentimentos
e os seus são tão secos.
Tão vazios.

Cadê você que não está aqui?

Por onde tens andando, quantos passos tem dado?

Quantos sorrisos distribuiu por aí, forçados?

Cadê você que não está do meu lado?!

Dentro do meu abraço,

Embaixo do meu cobertor.

Por onde andas eu já não sei, mas se estivesse aqui, do meu lado, moço, daqui eu não deixaria você mais sair. 

Não mais fugir.

E então não precisaria mais perguntar por onde andas.

Pois eu saberia, que no lugar onde você estaria, estaria em boa companhia.

E eu sorri.
Finalmente havia conseguido sorrir verdadeiramente.
Era chegada a tão esperada hora, a hora em que meu coração de pedra amolecia por fim.
E é claro que tudo isso se deve a um grande e belo motivo.
Um motivo que eu não conto qual é.
Um motivo que vou deixar guardado só para mim.
Não vou dividir. Não vou.

Peito estufado, coração remendado e sorriso forçado.
É chega a hora de colocar o pé no chão, deixar os sonhos descansando no colchão.
É hora de aprender a deixar o amor decidir aparecer sozinho, sem forçá-lo a nada.
É entender que não será sempre que você terá seus sentimentos correspondidos.
Que se você gostou daquela pessoa, ela pode muito bem não ter gostado de você.
É hora também de parar de criar expectativas, criar diálogos antes de dormir e fazer acontecer.
É fazer acontecer e pagar para ver.
É ter a chance de sorrir, de ser feliz.
E se der tudo errado, poder dizer "eu tentei".
Porque tentar é melhor do que ficar esparramado no sofá esperando algo acontecer e ver que nada vai acontecer.
É mesmo tendo um coração partido acreditar que um dia vai dar certo.
É pensar mais em você.
Acreditar no que quiser.
É encarar a realidade.
É ser feliz de verdade.

E depois de uma palavrinha boba, saí por aí sorrindo à toa.
Como se aquela palavrinha tivesse tido em você o mesmo efeito que teve sobre mim.
Pobre tola sonhadora e iludida.
Sempre colocando romance onde não tem, onde não vai haver.
Pobre garota, finge que não respira amor, mas respira.
E transpira.

Carrego comigo a incerteza de uma palavra, a incerteza de um olhar.
Depois de tantas tentativas falhas de acreditar em coisas que no final não eram nada, minha vida encheu-se de incertezas. Certas incertezas que aos poucos vão confundindo e embaralhando minha mente.
Eu somente gostaria de saber se o pouco que eu gosto de você é o pouco que você gosta de mim.
Gostar sozinho não é fácil, não é legal.
E no meio de tantas palavras soltas em uma conversa longa, onde eu queria encontrar alguma certeza, só encontrei mais incertezas e no fim eu me contento, ao menos tenho algo de você, para guardar no peito.

Não me peça para não chorar quando a saudade bater.
Não me peça para fingir ser forte, porque simplesmente não dá.
Hoje o tempo mudou, do sol lindo que brilhava lá fora passou ao escuro de um tempo que nublou.
Meu sorriso ainda é triste e forçado.
Tento parecer estar bem, mantendo uma postura séria, mas meus olhos tristes entregam-me.
E eu só quero que o dia de amanhã amanheça ensolarado.
Que os sentimentos ruins tenham amenizado.
Eu só quero que tudo fique bem, mais uma vez.

Você já deveria imaginar que caso encontra-se o cara dos seus sonhos ele não iria se interessar por você.
Ele iria interessar-se pela garota loira e bonita que não para de olhar para ele.
Mesmo que ele não faça o tipo dela e ela não faça o dele, ambos vão sentir-se atraídos, pelo simples fato de que a beleza dela ganhou da sua e a beleza nesse jogo de paquera, ganha de antemão e a popularidade dele mexeu com ela.
E mesmo que você veja ele além disso, não importará.
Ela é bonita e você não. E mesmo que ela não consiga manter uma boa conversa por mais de 5 minutos, ela vai ganhar de você.
Porque essa é a regra da vida. Simples assim.

Peguei a faca com certa delicadeza, ignorando o que estava prestes a fazer.
Respirei fundo, inspirei, suspirei, era dada a hora.
Era o fim, precisava de forças e de coragem. Estufei meu peito com toda coragem possível, guiei a faca até a altura do meu coração com as mãos trêmulas, não havia como voltar atrás, por mais que houvesse, eu preferia acreditar que não.
Era o único jeito de livrar-me da decepção, mais uma vez, antes de desistir, inspirei um pouco de ar, dei impulso na faca e cravei, cravei fundo no peito.
Tudo estava escuro, eu senti enfim, paz dentro de mim e parti,  agora sim feliz.

Refleti novamente, como se não estivesse tentando manter uma reflexão ampla e sadia comigo mesmo há um bom tempo.
Tentei ver o que havia me levado a tal estado de calamidade.
Pois para mim, o amor é uma calamidade.
Fazia um longo tempo em que a paixão, o amor, tanto faz o que seja,  não vinha me fazer uma visitinha, mesmo que breve.
Foi algo meio estranho, eu comecei a tremer e suar, assim como estou agora, só de refletir, relembrar.
De fato aquela pessoa mexeu comigo, com meu consciente e inconsciente.
E eu não sabia como reagir, como agir (...)
Foi tudo de repente, do modo mais clichê possível.
Tudo na minha vida é clichê, oh céus.
O jeito esquisito dele, mexeu com o meu. Tudo nele mexeu comigo.
Mas enquanto reflito sobre isso, além de perceber estar em uma enrascada quase sem saída, percebo que a minha esquisitice, não mexeu com ele.
Infelizmente.

Você era daquele jeito meio "to nem aí para nada" e eu gostava tanto disso em você.
Deixava sempre seus cabelos tomarem vida própria e eu achava isso um charme.
Sabe, acho que eu gostava de tudo em você, de todas as coisinhas, até dos pequenos e grandes defeitos, sabe.
Você era o cara ideal para mim, mas você não enxergava assim, jamais vai enxergar, então contentava-me em ser apenas a "amiga" aquela que estava ali para tudo.
Mas certo dia, você me pegou conversando com uma amiga, dizendo o quanto gostava de você e você não percebia, então você foi embora gritando ao descer as escadas
"Qual o motivo para você nunca ter me contado?" e mesmo sem saber, você já estava demonstrando o motivo, praticando-o.
Meu medo era fazer você ir embora e você foi.
Você foi.

Tudo dói aqui dentro.

Tudo se destrói.

E eu não sei se aguento essa dor dentro do peito.

Não por muito tempo.

Sei que logo vou desabar.

Não tenho com quem desabafar.

Aos poucos tudo vai se apagando.

Ficando negro.

Já não escuto tantas vozes.

Enxergo muito menos.

Tudo está ficando negro.

Só tem uma luz ali no fim.

Acho que acabou.

Eu morri.

Do jeito mais doloroso possível.

Ele era quente, ai meu Deus como ele era quente!

E eu era fria, como um cadáver, um morto-vivo.
Mas quer saber?! Eu já fui quente como ele, chegava a ferver.
Hoje não mais, não consigo esquentar.
Porque não é uma simples faísca que vai acender-me, não.
Quando virei mulher de pedra, mulher de gelo, não criei um antídoto, mas mais tarde acabei por descobrir que ele existe. Mas ele hoje em dia encontra-se raro no mercado.
Foram feitas poucas doses.
Talvez esse rapaz tão quente, possa ter esse antídoto com ele, mas eu não sei como chegar até ele, pois encontra-se bem la no fundo.
No coração, mesmo.
E maldito seja, ele não deixa-me chegar até lá. Maldito, mil vezes maldito!
Como eu gostaria de voltar a ser quente, de transbordar amor, oh, maldito!
Hoje em dia só sei falar de amor, nem o casal lindo que eu vi ali na esquina, se amando, eu consegui achar lindo.
E olha que um dia, eu era toda "romântica" , tudo era lindo aos meus olhos.
Só que tudo mudou quando tomei o veneno, porque amor usado sem ler a bula de remédio de coisa boa vira veneno.
Fica ruim.

Tom era o cara que sabia me fazer sorrir e tinha Danny também, o cara que toda garota gostaria de ter em sua lista de caras que já beijou. Menos eu, eu não queria.
Tom tinha cabelos loiros e olhos profundos, Danny tinha um sorriso lindo e uma voz rouca.
Eles tinham suas diferenças e eram meus melhores amigos.
Matthew era o típico garoto difícil, e que toda garota sonhava em ter em sua cama.
Desfilava seu 1 metro e 90 de altura por aí, deixando as garotas aos suspiros e com raiva, para quando ele chegava perto de mim, depositando um beijo em minha testa e me puxando forte pela cintura, ele era meu namorado.
Isso enfurecia Danny também, mas eu nunca entendi bem o motivo disto.
Nós eramos o quarteto perfeito, o bando de loucos mais legais do mundo.
De estilos diferentes, colecionando sorrisos e risadas.
Tinha os que nos amavam, tinha quem nos odiasse, mas nós não ligávamos.
Tínhamos a nós mesmos, e nada mais importava.

Mais uma noite, mais uma noite em que as lágrimas insistem em escorrer.
É chegada a noite e não consigo controlá-las mais.
Eu queria escrever sobre coisas felizes, mas eu não consigo, eu não posso, não tenho sobre o que escrever.
Meus sentimentos são diferentes do que eu transpareço estar sentindo.
Não tenho zona de conforto, não tenho mais amor.
Só tenho dor e dor. Estou sozinha no mundo, eu sinto isso.
E estar sozinha não é bom.
Oh meu Deus, não é nem um pouco bom.
Deus está comigo, eu sei, eu sei.
Mas eu queria alguém de carne e osso sabe?!
Alguém, além de Deus.
Mas não tem ninguém, não tem.
Não tem pai nem mãe para me apoiar.
Meus amigos já tem seus problemas.
E eu odeio parecer fraca.
Odeio, mais do que odeio minha vida.
E ninguém pode mudar isso não.
Pelo simples fato de ninguém querer mudar.
Tão simples, quanto uma lágrima qualquer.
Mas meu coração dói.
Meu corpo dói.
E minha alma se destrói.

E lá vem você de novo, jogando todo seu charme em cima de mim. Achando que vai ser como antes, fácil de chegar em mim e é aí que você engana-se, pois não sou a garotinha de antes. Aquela garotinha se foi, faz tempo.  Eu finjo entrar no seu jogo e vou logo cortando seu "barato", confesso que já me deixei levar por suas palavras vazias, mas hoje em dia meu bem, eu não acredito nem ao menos no seu "Bom dia".  E não venha reclamar, quem plantou tudo isso foi você. Uma hora eu teria que parar de ceder, de perder o controle, de me deixar se guiada por você  e essa hora chegou. Eu cresci e percebi que você já passou do prazo de validade.E hoje quem dá as cartadas aqui sou eu e querido, sua carta já tá fora do baralho faz muito tempo.

— Um Homem de Sorte

E quem me vê sorrindo por aí, acha mesmo que eu sou feliz.
Coitados, enganam-se.
Mal sabem a dor que carrego no peito.
As palavras "feias" que já ouvi, da boca de quem deveria apenas me confortar, dizer palavras lindas de amor, que estão cravadas na alma.
Destruindo-a pouco a pouco.
Enquanto pela noite derramo-me em lágrimas, quando acordo com os olhos inchados, passo um corretivo, base, pó. Ponho a maquiagem, e um sorriso no rosto e pronto, ninguém desconfia, que meu sorriso é falso.
Que tudo em mim dói, que na noite anterior, pensei milhões de jeitos de acabar com a minha vida e que só não coloquei tudo em prática, pois ainda tenho coisas me seguram por aqui. Coisas, pessoas a proteger.
Mas a dor que sinto, me mata pouco a pouco.
Começa com um simples furinho na alma, que vai alargando e alargando. Doendo e doendo.
Mas ninguém sabe, eu não falo para ninguém. Porquê eu sou daquelas pessoas que preferem "contar" tudo para um pedaço de papel, do que falar para alguém de carne e osso.
Por medo. Apenas medo.
E tudo está guardado aqui dentro de mim, então uma simples gotinha, faz tudo transbordar, sempre.
E eu vou colocando o sorriso no rosto, fingindo ser feliz de novo, por
que afinal, fingir estar bem é o melhor que eu sei fazer.

E de tão tola que eras, chegou um dia a acreditar que as coisas mudariam com o tempo.
Pensou que saindo de casa, indo viver sozinha, não teria quem fosse crítica-la, mas se enganou. Como sempre.
Desde pequena as coisas não eram como ela pensava, mas seguia em frente, pensando que um dia mudariam. Tola, sempre tola.
Não importava o assunto, sua tolice era sempre tão grande. Tamanha sua inocência na vida.
Pobre garota, pensava que as pessoas no mundo, poderiam ser como ela. Pobre garota iludida. Pobre. 

Quando abro a gaveta da minha cômoda pretendendo arrumá-la, logo vejo bem ali no cantinho, um papel já amarelado pelo tempo, dobrado, preservado.

A curiosidade bate logo, guardo tantos papéis que nem ao menos sei do que se trata.

Quando pego-o em minhas mãos, levo-o até meu nariz, pretendendo sentir o cheiro de papel velho.

Mas sinto cheiro de perfume envelhecido, já um pouco fraco.

E aquele aroma trás-me algumas lembranças, abro-o logo, com pressa e me deparo com aquela caligrafia já tão conhecida por mim. As curvas em cada final de palavra, mas o que mais chama-me a atenção é o que diz no tal papelzinho que antes estava escondido no fundo da gaveta.

Ali, naquele simples papel, existem "palavrinhas" tão simples que demonstram todo o amor que você sentia por mim.

Ao ler o primeiro parágrafo, meus olhos já encontram-se levemente marejados.

Quando chego ao fim, as lágrimas já caiem livremente, o sorriso já encontra-se brotado em meu rosto.  Brotou automaticamente.

Suas palavras ainda mantinham o mesmo efeito sobre mim, simples assim.

E tive vontade de voltar no tempo, mas não dá mais. Já passou, acabou.

O que me resta fazer, é colocar o papel dobradinho no mesmo lugar, bem lá no fundo, para da próxima vez, quando encontrá-lo de novo, abri-lo novamente e  voltar mais uma vez ao passado e sentir o amor. O verdadeiro amor, aquele que já morreu, mas se eternizou, em um simples pedaço de papel.

E você estava ali deitado do meu lado, Finalmente! Eu quis gritar, mas me contive.
Suas mãos aninhadas nos meus cabelos bagunçados, seu cheiro tomando conta do ar.
Era tudo tão perfeito, talvez como na minha fértil imaginação.
Seus olhos azuis me fitavam, mesmo no escuro eu conseguia ver o brilho deles, seu cheiro era doce e me fazia tão bem. Seu sorriso branquinho, tão grande, contagiante!
E meu coração já derretido, apaixonado, suplicante.
Suplicando um pouco mais de você, um pouco mais de amor, de querer.
E novamente me sinto tão patética, por me entregar a você, de corpo e alma, sem querer saber se tudo vai dar certo no final, se não terá um final. Me sinto patética, por estar apaixonada, coisa que eu não pretendia estar, mas tudo em você me impede de tal ato, me faz querer estar "patética" sempre, apaixonada, suspirando e pensando em você 24 horas por dia.
E pela manhã, quando você acorda, sorrindo daquele jeito maroto, sem ao menos imaginar a quanto tempo estou ali observando-o sem parar. Deposito um beijo em sua testa, você sorri ainda mais, aquecendo meu coração naquela manhã fria de inverno, e eu me sinto feliz, tão feliz que até parece minha felicidade de quando como chocolate no café da manhã.

E tem dias que você vem e me cumprimenta, tem outros dias que você finge que não me vê e eu tento entender um pouco você.

Nos dias em que você vem me dar aquele "oi", já chega sorrindo, segura o meu pescoço e deposita um beijo suave na bochecha e eu fico ali paralisada, sorrindo involuntariamente, lembrando-me dos tempos em que  você costumava depositar beijos nos meus lábios, beijos suaves e as vezes cheios de calor.

E eu tento compreender mais ainda, tento entender qual o motivo para tamanha provocação. Enquanto encontro-me sem respostas, continuo permitindo tais atitudes suas, porque no fundo, eu gosto. E muito.

As palavras ainda doem, cada uma delas.
E você nem sabe o quanto. Talvez imagine, mas não se importa.
Talvez fique feliz lá no fundo, sinta um prazer ao me ver derramar lágrimas a cada palavra sua referida a mim. Não são palavras de carinho, não são lágrimas de felicidade as que eu derramo.
São palavras ruins, xingamentos, palavrões, são coisas que grudam na alma e a deixam quebrada, escura, triste.
E minha raiva aumenta, quando percebo em fim, que no final de mais um dia, eu não consigo guardar rancor. Eu acabo me importando, lhe tratando bem e você começa a amansar a voz, a ser querido, mas um pequeno vacilo, algo que eu faço e você não goste, faz com que seu humor mude drasticamente, faz com que tudo volte e mais uma vez meu coração dói, as lágrimas escorrem, a garganta machuca quando tento segurar o choro, não quero transparecer fraqueza, mas diante de tal situação minha armadura se quebra, o choro vem constantemente, minha alma escurece ainda mais.
Mas nem com toda essa maldade no seu coração, meu mundo deixa de ser belo, deixa de ser bom. Pois ainda há pessoas que me querem bem, que me fazem bem, mas você é parte de mim, eu sou parte de você, não é assim só esquecer, quando eu esqueço pela noite a manhã me traz você de novo e é assim sempre.
E não tenho como fugir, eu seguro, eu aguento, todos dizem para deixar as palavras entrarem em um ouvido e sair pelo outro, mas eu não consigo, não sou de ferro.
Eu demonstro para as pessoas, um "eu" diferente, eu pareço forte, feliz, mas por dentro a realidade é outra.
Há insegurança, há coisas ruins, tristeza, alegrias, dores.
Eu sou um eu tão diferente do que deixo transparecer, pois não quero magoar os outros, não quero que vejam o quão feia minha alma adoecida pode ser.
Eu vou aguentando mais um pouco, remendando os cortes profundos, sorrindo para não chorar,  negando estar mal.
Eu vou seguir em frente, para quem sabe um dia poder me afastar, de tudo de ruim, poder mostrar para todos que me destruíram, que não é tão simples assim acabar comigo, que meu lado bom sempre me deixará em pé, mesmo tendo que lutar contra o mundo, contra todos.
E agora depois de tanto chorar, é só passar uma maquiagem, estampar um sorriso falso no rosto e pronto, ninguém vai desconfiar.

Certo dia conheci um rapaz, daqueles que sabem a hora certa de falar as coisas.
Que a cada palavrinha doce surge aquela vontade súbita de apertar suas bochechas, como se fosse um bebê.
Sabe, quando você está irritada com o mundo, querendo mandar todo mundo para bem longe, mas o oi daquele rapaz faz com que você se sinta mais calma?!  Certo dia eu conheci um rapaz assim, talvez ele não saiba, o quão grande é minha admiração por ele, confesso que por mais irritante que ele consiga ser as vezes, na maioria do tempo ele me da forças para suportar o mal do mundo.
Só que esse rapaz mora um tanto quanto longe (...)
Esquisito, não?! Com tanta gente morando bem pertinho de mim, logo ele, de tão longe é capaz de ser tão bom para mim.

De repente vem à tona na minha mente a lembrança da sensação que eu senti naquela tarde de domingo chuvoso, quando suas mãos tocaram de leve minha cintura, naquele mesmo dia seu sorriso iluminou tudo, como se fosse o sol e sua voz se destacou no meio de tantas outras que nos cercavam naquele local.

E então eu me pergunto, o que faz você ser tão diferente dos outros?

Será o sinalzinho em baixo do pescoço? Os lábios carnudos que formam uma bela sintonia com o resto do rosto ou o efeito que sua voz tem sobre mim?...

Hoje você parece tão diferente, amanhã pode parecer tão igual.

E  mesmo que pareça eu sei que sempre será você.  Nenhum outro me faz perder a cabeça tentando entender seus sinais, nenhum outro me atraí tanto ao ponto de eu ficar horas e horas observando cada detalhe seu, viajando nas curvas dos seus lábios, do seu corpo, do seu rosto.

Eu não quero ouvir susurros e palavras doces no pé do ouvido de nenhum outro que não seja você,  porque no fundo a única coisa que eu quero, a única certeza que eu tenho é você.

“.... O sorriso dele era encantador, o modo como seus olhos sorriam junto com seus lábios faziam meu coração palpitar aceleradamente.

E quando sua doce voz passava por entre seus lábios, era como música para os meus ouvidos.

Ouvi-lo era tão bom quanto comer algodão-doce.

Olhos que sorriem, tendem a me deixar loucamente apaixonada quando acompanhado de um sorriso como o dele, tão lindo que tal beleza se torna inexplicável.

E eu estava mais uma vez apaixonada, por um sorriso, por um cara que nem ao menos me percebeu, aqui no canto, admirando cada detalhe seu ...” 

Mas você não sabe moço!

Eu queria você aqui bem pertinho de mim sabe?!
Queria estar dentro do teu abraço quentinho e aconchegante, ouvindo sua risada gostosa, ou discutindo por bobagens.
Queria que os poucos momentos em que estivemos juntos se tornassem um milhão
de momentos, que o tempo passasse devagarinho quando estivéssemos juntos, queria segurar sua mão para definitivamente nunca mais soltar.
Tanta coisa, eu queria tanta coisa relacionada a ti e você nem sabe moço, eu nunca lhe contei, nunquinha.
E nem ao menos sei se você me quer assim como eu te quero, tão bem.... bem perto de mim.

E ela pegava-se suspirando a cada vez que lembrava-se daquela cena, obviamente os beijos dele aqueceram seu coração novamente, fez com que a esperança ressurgisse das cinzas como uma fênix. Ela acreditará novamente na paixão, nas borboletas no estomago, ela havia se entregado a um sentimento que há tanto tempo vinha matando-o em seu peito.

Pobre menina quase perdeu-se da inocência de apaixonar-se, quase desistiu de ser feliz ao lado de uma pessoa, tudo isso porque envolveu-se com um alguém errado, alguém que não soube valorizar seus sentimentos, pobre menina, sofreu tanto e hoje apenas espera que possa ser  feliz e será de fato, um dia.

pero yo no quiero caer en el amor

O Frio na barriga, aquelas famosas "borboletas no estômago", aumentavam constantemente.

Outra coisa que também era constante, era a vontade de olhá-lo a todo instante, mesmo que de longe, pois já seria o bastante.

Essas coisas parecem mais com aquelas 'paixonites' adolescentes, sabe?! Daquelas que veem devagarzinho e depois explodem.

Enquanto as pessoas julgam isso tão "bonitinho", ela lutava para que não cheguesse tão perto da paixão.

– A gente não manda no nosso coração moço, mas eu não quero me apaixonar, dói demais e eu já tenho outros planos.

Os olhos e as mãos inquietos, pareciam querer descordar, ela encontrava-se em uma luta constante com seu coração. Ela queria ser razão, mas era pura emoção.

As decepções quase a levaram para a escuridão,mas ela radiava tanta luz, graças a tanto amor que carregava no peito, que nem mesmo a maior das decepções fariam com que a chama dentro daquele pequeno corpo e também sensível, apagasse. 

Ela nasceu feita para o amor, mas não quer aceitar seu destino por medo de sofrer.

                                           Outra vez.

Solitary

Ainda não entendi o motivo de preferir ficar em casa deitada na cama, com os cabelos por pentear, de pijamas e lendo um livro ao invés de sair com os amigos.

Eu sou aquele ser meio estranho, que volta e meia reclama de não ter nada para fazer, que ninguém convida para sair, mas sempre que convidam a resposta é a mesma; "Hoje não dá".

O problema eu acho, é que eu gosto de viver o irreal, ficar em casa descansando, lendo algum conto, ou sonhando acordada, imaginando como seria a vida de outra maneira qualquer.

Não sou nenhum ser de outro mundo, de vez em quando até gosto de sair com os amigos pelas noites da cidade grande, para sentir-me viva, mas é lá de vez em quando mesmo.

As pessoas com toda certeza devem me achar anti-social, mas eu não ligo, eu gosto de ser assim, viver para mim.

Um dia quem sabe, eu mude e se não mudar, pode ter certeza de que eu continuo feliz, sendo assim, estranhamente solitária.

Ela não queria mais saber de amor, não queria sentir mais aquela dorzinha no peito, mas ela não queria deixar de ler romances e isso acarretou em uma consequência.
Quem disse que aquela menina que queria ser mais "dura", passar a imagem de coração de pedra iria conseguir? No máximo digo que ela tem um coração de gelo, gelado porém que facilmente derrete-se ou quebra-se.
Foi lendo romances, com alguma pitada de drama, angústia e cenas tristes que ela desatou a chorar.
E conforme as lágrimas escorriam, ela ria de si mesma e perguntava-se em alto e bom som como podia ser tão idiota a esse ponto?! É só um texto, um conto, são personagens fictícios, o problema maior era que ela insistia em se colocar no lugar das personagens, em comparar sua vida com a protagonista e era por isso que seu coração amolecia, as lágrimas escorriam e o amor vencia. Mais uma vez.
Está comprovado que quem nasceu com o dom de amar, de ser sentimental e de querer o bem, nunca, nem mesmo que  se entregue de corpo e alma conseguirá ser uma pessoa com o coração de pedra. Nunca e ela poderia comprovar isso a qualquer um que duvidasse.

De longe se via que aquela garota seguindo em direção ao bar não aguentava-se mais em pé, seguia cambaleando e tentando dançar e se equilibrar com um salto 11 finíssimo, ela deixava a batida da música levá-la, os olhos por hora fechados e outrora abertos, um sorriso no rosto contagiante.
De vestido curto e brilhante, com os cabelos bagunçados e a voz rouca, tentou pedir mais um drink e acabou enrolando a língua, o barman chegou mais perto e pode sentir o cheiro do perfume doce daquela moça, ele sorriu e não se sabe se foi por achar graça da garota ou pelo cheiro tê-lo agradado, depois de alguns gritos e enrolação, ele atendeu seu pedido, uma dose de tequila, a quinta da noite.
A felicidade depois de levantar o copo, brindar sozinha e beber todo o líquido que continha naquele "copinho" era de se ver do outro lado da pista.
Quem via a garota ali, rindo sozinha, se deliciando ao som das músicas, perguntava-se qual o problema dela, mal eles desconfiavam que não havia problema nenhum, pelo menos não mais, ela apenas estava divertindo-se, indo a loucura, talvez passando vergonha, talvez nem lembre do que aconteceu no outro dia, mas quando encontrar dentro do decote de seu vestido um bilhete com o nome e o número do tal barman boa pinta, ela talvez se recorde de alguma coisa do que aconteceu, talvez telefone para ele e ele conte tudo detalhe por detalhe do que ele viu e acabem rindo por horas e horas, a festa havia rendido muito mais que um novo paquera, mas um momento de felicidade, uma felicidade que apenas ela poderia se dar.

Ela só queria um pouco mais de diversão, chorar de tanto rir, sair e esfriar a cabeça, mas ninguém a compreendia. Nunca ninguém a compreendeu, todos sempre duvidaram das suas capacidades e ela sempre mostrou que eles estavam errados.
Ela cansou de ouvir "não", de ficar sem respostas e de ouvir "você não vai conseguir", ela cansou de levar tombos porque algum humano infeliz colocou o pé na frente, ela cansou de tantas coisas que por fim resolveu se libertar.
A moça é tão cheia de sonhos que preferia viver dormindo, mas sabe que tem que acordar e encarar a realidade.
Está quase desabrochando a coitada, pronta para brilhar, para passar por cima de quem duvidou um dia, de quem lhe disse não e a derrubou sem mais nem menos.
Ela virou mais independente do que nunca e depois de perceber que não precisava de amor para viver, resolveu se fazer feliz e ser feliz.

Eu estou pensando mais em mim, deixei o amor finalmente de lado.
Cansei de sonhar com um príncipe encantado, apesar de que já encontrei alguns príncipes por aí, mas meu encanto por eles acabou cedo.
Acho que não nasci para amar, eu não sei amar, só sei falar de amor. Estranho e trágico, assim como eu.
Quero ficar sem apaixonar-me por um tempo, sair mais de casa, me divertir, deixar os livros de romance um pouco de lado....
Tomar sol, sair com as amigas,  tomar algo mais forte, ter coisas para contar e morrer rindo.
Coisas que faz tempo que não faço, deixei de lado tantas coisas boas, por causa de um coração partido.
Perdi certo tempo, tentando achar alguém para curar as feridas e não reparei que eu mesma posso curá-las, afinal são minhas.

Essa é a minha deixa, quem sabe um dia eu volte a tentar pensar no amor, quem sabe apareça alguém que me faça mudar de opinião, mas tem que ser algo forte, porque hoje em dia, só sinto amor próprio :)

Ele era incrivelmente bom,  ele tinha amor no coração, 

mas eu não o amava, não conseguia amá-lo,

 não da forma com que ele merecia.