
Um ano. 365 dias. Muitas horas, segundos, momentos..
Um ano é muito tempo para quem sente saudade.
E a minha saudade as vezes parece desaparecer, mas ela só é amenizada.
Todas as vezes que passo pelo seu quarto, vejo alguém de cabelo branco, pele frágil, toda vez que vejo um "vovô", meu peito dói, as lágrimas enchem os olhos, um sorriso automático se apossa de meus lábios.
Hoje mesmo, olhando nossas fotos antigas, vendo o meu sorriso bobo por estar do seu lado e vendo você ali, senti vontade de ouvir sua voz, de lhe abraçar.
Os últimos momentos que tivemos juntos, foi quando você levantou-se de madrugada, vestindo uma camisa vermelha e uma fralda, foi até o quarto da minha mãe e abriu a porta, eu lembro que levantei, briguei com você e mandei você dormir.
Então, ouvi o roncar do seu peito, o chiado que dele saía, cada vez que você respirava e pedi a Deus, que se você fosse parar de sofrer, nós aqui aguentaríamos a dor da sua perda.
Lembro, que naquela mesma manhã, você estava com muita falta de ar.
A última visão que tive sua, foi quando você foi levado para a ambulância, em uma maca hospitalar, com máscara de oxigênio e pensei que naquele mesmo dia você estaria de volta.
Mas você não voltou.
Quando recebi a ligação que tanto temia, quando me disseram que aquele poderia ser o seu último dia eu fiquei parada.
Absorvi a notícia, não soltei uma lágrima sequer.
Eu não preguei os olhos naquele dia, não dormi, não consegui.
Quando minha mãe, se levantou e disse que ia ao hospital, pois o médico havia chamado todos os filhos, eu soube.
Eu soube que você já não estava mais conosco, outra vez nada de choro.
Eu só fui chorar, quando entrei na capela do cemitério, fui a segunda pessoa a entrar. Mal coloquei meus pés lá e quando lhe vi, já sem vida, deitado ali naquele caixão, foi nesse exato momento que meu coração apertou e as lágrimas caíram. Descontroladamente.
Saí do recinto, sequei as lágrimas, voltei lá fingindo-me forte.
Olhei seu rosto, adormecido, calmo, tão empalidecido.
Eu não teria mais você no meu dia-a-dia, não ouviria você falar sobre a mesma coisa diversas horas do dia.
Não ouviria sua canção, não sentiria seu cheiro e não teria com quem brigar.
Os primeiros meses foram terríveis, automaticamente me pegava fazendo coisas e encaixando você nelas, mas você não estava ali.
Hoje, um dia antes do seu aniversário, no dia em que faz um ano que você se foi a dor tomou conta de mim, assim como toma cada vez que lembro-me de você.
Mas o que me conforta nisso tudo é que você está melhor agora, sem dores. Sem sofrimento.
Mas eu queria muito que você soubesse, que meu amor é muito grande e que eu agradeço muito por ter tido você na minha vida e que eu sinto saudades e que me lembro de tudo que passamos juntos.
Desde que eu era uma frágil criança.
Vô, aonde quer que você esteja, você sempre será parte de mim.
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