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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Aqui jaz um coração apaixonado, sensível e compreensivo.

O Cheiro da morte está forte, quase insuportável, a cada respiração profunda meus pulmões ficam 'bêbados', extasiados com tal aroma.
Inalar um cheiro tão esquisito faz com que os pêlos dos meus braços se ericem, é obvio o que aconteceu neste cômodo, a cama bagunçada, os livros que antes se encontravam em ótimo estado, agora estão jogados por todos os cantos, as roupas coloridas estão rasgadas e próximas a um saco preto, roupas pretas estão no armário substituindo as coloridas que até um dia atrás ocupavam tais prateleiras, desse jeito desorganizado e sombrio era mais do que óbvio que algo ou alguém havia morrido. O luto e a falta de amor apenas aumentavam o cheiro tortuoso da morte, era de fato terrível manter-se num lugar como aquele, mas era o meu lugar, eu dormia ali, era o meu corpo, minhas roupas sujas que estavam carregadas com aquele cheiro, era uma parte de mim que havia morrido. A única parte boa, o meu coração havia morrido destroçado e esfaqueado sem dó nem piedade, ele foi forte até o final, já acostumado com tantas dores e cicatrizes, mas ele já estava ficando cansado, foi difícil para ele suportar tanto e ele se foi enfim.  Uma pessoa nova dentro de mim está nascendo, um órgão novo está batendo em meu peito, mas esse não bombeia apenas sangue, trasmite carinho, compaixão, sentimentos bons ou se apaixona, esse transmite ódio, é cinzento e se alimenta de vingança.

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