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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Acordei com o coração doendo, remoído, uma sensação estranha. Droga, aconteceu o que eu mais temia.
Lembro-me de seu olhar frio quando finalmente falou aquelas palavras que eu jamais desejaria ouvir vindo dele "Acabou, Cristinne, Acabou!", Eu quis implorar, quis chorar e fazer um escândalo ali mesmo na porta do meu prédio, mas o horário e meu orgulho não permitiram. Ele se foi, coisa que disse jamais fazer, foi embora como todos os outros caras foram, prometeu como todos eles e igualmente não cumpriu.
Cheguei a cogitar que o problema realmente não era comigo, mas eles não seriam todos iguais, seriam?! É também acho que não, o que faz doer tudo mais ainda, o problema sou eu, que vontade de ir para um lugar deserto e gritar bem alto que sou eu o problema, eu preciso me tratar, mas não posso, não consigo me levantar, então contento-me em pegar meu travesseiro e por em frente ao meu rosto para abafar os gritos. Certo que não passaria toda dor, mas aliviou aquela vontade de gritar e com toda certeza isso me resultaria em uma bela multa. As lágrimas escorriam descontroladamente pelo meu rosto, a dor aumentava a cada momento em que as lembranças apareciam em pequenos flashes, eu lutava para não lembrar, mas não adiantava. Coloquei música alta, filmes diversos de comédia, mas eu não ficava rindo apenas chorava mais ainda, comi pelo menos dois potes de sorvete de chocolate, desliguei o telefone e continuei deitada.
Lá pelas seis horas da tarde, resolvi levantar da cama e ir até a janela ver como o tempo estava, depois de um bom tempo ali olhando para o nada resolvi sair para arejar a cabeça, acabei passando em frente a uma livraria antiga que ficava na esquina do meu apartamento, lembrei-me que fazia muito tempo em que não comprava um novo livro, entrei e logo me deparei com um atendente de tirar o folego, logo me animei e percebi que ele não era o único cara do mundo, assim como todos os meus outros ex-namorados não eram e que um coração partido logo sara é só aparecer alguém para cuidá-lo. Sair da cama me ajudou em diversas coisas, comprei um livro excelente, parei de chorar e lamentar, percebi que isso não o traria de volta e que a vida sem ele tem que seguir normal e ainda fui convidada para tomar café com um belo rapaz.

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