Páginas

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Agridoce

Uma mistura doce e amarga, era como se eu bebesse um copo de água do mar com suco de morango, meio assim, agridoce.
Mas o assunto aqui não é bebidas, é apenas o bom e velho sentimento.
Esse sentimento que agora paira sobre mim, que impregna todo o meu corpo, que se mistura com a minha essência...
Meus sentimentos, por muitas vezes tão confusos e outras tantas tão claros, hoje se tornam algo meio indecifrável.
Eu sinto sintomas de paixão, mas são tão fracos que somem.
Mas eles ainda aparecem com frequência, eu sinto uma necessidade gigante de ficar por horas conversando com a pessoa que desperta essas pequenas faíscas em mim, mas não falo e espero por ela, sempre, todos os dias.
Crio a expectativa de que um dia vou acordar e encontrar um Oi, no meio das mensagens que recebo diariamente, mas minhas expectativas sempre são só expectativas.
Nunca tem um Oi por lá, nunca tem nada vindo daquela pessoa.
Eu sempre sou assim, com todas as pessoas que despertam algo em mim, mas com essa era diferente, tudo o que eu sentia de uma hora para outra sumia.
A expectativa não toma o meu dia todo, não fica sempre comigo, ela só surge pela manhã e depois vai embora, tão diferente das outras vezes que ela sempre ficava.
Tudo ainda é tão fraco e tão desconhecido para mim.
Eu não sei o que sinto, logo eu que sempre soube.
Minha intensidade não deixava nada ser indecifrável, era amargo ou era doce, nunca agridoce.
Mas a vida tem dessas coisas, não é?!
Dessas coisas estranhas que nunca passamos ou pensamos que um dia iriamos passar.
Por enquanto dou risada e suspiro intrigada.
Amanhã já não sei.
Mas me pergunto constantemente, o que é melhor: a certeza da paixão? não saber o que sente? ser doce ou azedo? 
Acho que gosto disso, agridoce soa tão bem.
Espero que funcione também.
                                           

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Olho para trás e sinto saudades de mim, de como eu era.
De sorrir por qualquer besteira, de me sentir livre e de bem com a vida.
Olho para frente e meus ombros se sobrecarregam, vejo uma nuvem cinza pairando sobre mim.
Meu mundo já não é mais o mesmo, meus olhos não veem mais inocência nas coisas da vida, eu não sou mais tão leve, o amor já não chega tão forte.
E a felicidade é passageira e passa tão ligeira.
Sinto falta daquele sentimento de juventude, daquele cheiro de perigo quando não chegava no horário marcado em casa.
A vida já não é mais a mesma, o tempo está passando e enquanto o mundo lá fora continua andando eu aqui dentro de mim vou parando.
Eu sei que sou a única que pode mudar tudo isso, mas eu preciso de ajuda.
De algo novo para me despertar.
Estou tão adormecida, em sono profundo.
Sinto falta de mim mesma, da minha essência.
Tal essência que guardei dentro de uma gaveta, talvez por auto-defesa.
Confesso que tenho medo do mundo, do escuro e do amor.
Eu não tinha medo antes, eu arriscava e mergulhava de olhos fechados em tudo na vida.
Ser tão cética em relação a vida nos faz cansar, por isso sinto saudades.
Queria tanto olhar para trás e sorrir sem sentir saudades do que eu era, queria tanto olhar para a frente e me ver com aquela mesma leveza e aquele mesmo sorriso brincalhão.
Eu também queria um par de olhos fixos aos meus, sentir novamente aquele frio na barriga.
O fato é que eu sinto falta de certos pontos no passado, certos pontos que eu deixei pra trás.
E eles pertencem somente a mim.
Não há mais ninguém que eu queira de volta, não tanto como me quero de volta.